Hipertireoidismo
é uma condição médica na qual a glândula tireoide trabalha produzindo mais
hormônios do que o necessário. Estes hormômios são a triiodotironina e a
tetraiodotironina (ou tiroxina) e controlam vários órgãos, por isso podem
causar inúmeros sintomas.
E o TSH? Este é o hormônio tireoestimulante, o mesmo é produzido pela glândula hipófise (uma pequena glândula que fica abaixo do cérebro) e sofre mudanças conforme os níveis de T3 e T4.
Os sintomas do hipertireoidismo são decorrentes da produção excessiva de T3 e T4: ansiedade, irritabilidade, palpitações, tremores, sudorese, insônia, intolerância ao calor, fraqueza, aumento do trânsito intestinal, perda de peso mesmo comendo normalmente. Em mulheres pode acarretar em alterações dos ciclos menstruais e dificuldade para engravidar, já em homens, pode ocorrer comprometimento da função sexual ou aumento de mamas (ginecomastia). Em alguns casos o hipertireoidismo pode provocar aumento do pescoço (chamado bócio) e, em menor frequência, alterações nos olhos. É importante lembrar que muitas vezes o hipertireoidismo pode ser assintomático e acaba sendo detectado em exames de rotina.
Muitas podem ser as causas para essa “sobrecarga de trabalho” da tireoide:
- Doença de Graves (DG): é a causa mais
comum, trata-se de uma doença auto-imune (na qual as células de defesa do nosso
corpo “atacam” a tireoide sem um motivo aparente). É na DG que os paciente
podem apresentar problemas oculares como olho vermelho, estrabismo, protrusão
dos olhos e até cegueira. O comprometimento ocular grave ocorre mais comumente
em tabagistas.
- Nódulo tóxico (ou nódulo quente): é
quando um nódulo é responsável pela produção do excesso de hormônios.
- Tireoidite: a glândula fica
transitoriamente inflamada e libera excesso de hormônios por um período
limitado.
- O excesso de hormônios tireoidianos
também pode advir do uso incorreto da reposição de levotiroxina (o T4 usado no
tratamento do HIPOtireoidismo)
Para
o diagnóstico do hipertireoidismo são necessários exames de sangue. Nos casos
confirmados, outros exames podem ser solicitados, como ecografia ou
cintilografia da tireoide.
O tratamento do hipertireoidismo é importante pois essa hiperfunção da glândula pode desencadear outros problemas de saúde, o mais preocupante deles é a arritmia cardíaca. As opções de tratamento para o hipertireoidismo são:
-Medicamentoso: existem 2 tipos de drogas que
bloqueiam o excesso de produção de hormônios tireoidianos (Metimazol, também
conhecido como Tapazol, e o Propiltiouracil). Quando o paciente sofre com
tremores ou palpitações, também se pode usar betabloqueadores para ajudar a aliviar os
sintomas.
- Iodo Radioativo: em forma de pílula
ou líquido com pequena dose de radiação. Ele destrói parte da glândula. O
tratamento é bastante seguro em homens e mulheres que não estejam gestando.
- Cirurgia: em casos selecionados
pode-se lançar mão da retirada da glândula.
Pessoas
submetida ao iodoradioativo ou cirurgia necessitarão, na maioria das vezes, de
reposição de hormônio tireoidiano para toda a vida.
Uma dúvida frequente dos pacientes é: se
o
tratamento medicamentoso parece tão simples, porque optar por
iodoradiotivo ou
cirurgia? Isso ocorre porque as medicações usadas para tratar o
hipertireoidismo podem causar alguns efeitos colaterais (às vezes
potencialmente graves), sendo assim, naqueles pacientes que não tiveram
remissão da doença com uso da medicação após 18 a 24 meses de
tratamento, em geral, se opta por algum outro tratamento mais
definitivo.
E quando a mulher deseja engravidar?
É
necessário sempre avisar o seu médico antes de gestar ou assim que for
descoberta a gravidez. A medicação e as doses da medicação possivelmente
terão
de ser alteradas. Se a mulher foi submetida ao iodoradioativo, ela deve
aguardar pelo menos 6 meses após o tratamento para engravidar.
Claudine
Felden
Médica Endocrinologista
CRM
34.816 RQE
27681
instagram: claudinef.endocrino
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