O colesterol tem sido o centro das atenções ultimamente, frequentemente surgem notícias controvérsias que acabam confundindo as pessoas. Embora muitos achem que o colesterol seja uma substância maléfica, ele é primordial para o funcionamento do nosso corpo, mas seus níveis devem estar equilibrados. Então vamos conversar um pouco mais sobre essa substância, os diferentes tipos presentes no nosso organismo, suas funções e importância?
1.O QUE É O COLESTEROL?
O colesterol é um tipo de gordura encontrada naturalmente no nosso organismo. Ele é fundamental para o funcionamento do nosso corpo já que serve de substrato para a formação da membrana das nossas células, produção de hormônios, vitamina D, produção da bile (que ajuda na digestão de gorduras), formação da bainha de mielina dos nervos (uma espécie de “proteção” dos nervos) e metabolização de algumas vitaminas. Cerca de 70% do colesterol é fabricado pelo nosso próprio organismo, no fígado, enquanto os outros 30% vêm da dieta.
2. QUAIS OS TIPOS DE COLESTEROL EXISTENTES?
Como o colesterol é solúvel apenas em gorduras, ele precisa se unir às lipoproteínas para conseguir circular pela corrente sanguínea. Entre as principais lipoproteínas, que são produzidas pelo fígado, temos:
– LDL (Low-density lipoprotein)
– HDL (High-density lipoprotein)
O colesterol carregado pela LDL é conhecido como “colesterol ruim” pois nesses casos o colesterol é transportado para os tecidos e vasos sanguíneos, levando à formação de placas de gordura nas artérias (aterosclerose), o que aumenta o risco para doenças cardiovasculares. Já o colesterol carregado pelo HDL é chamado de “colesterol bom”, já que ele faz o caminho inverso, ou seja, retira da circulação o excesso de colesterol da corrente sanguínea e o leva para o fígado para ser eliminado.
Além do colesterol bom e ruim temos ainda os triglicerídeos (TG) que constituem uma das formas de armazenamento de energia mais importantes no nosso organismo, depositado nos tecidos adiposo e muscular, mas se em excesso também pode ser prejudicial para a saúde.
– LDL (Low-density lipoprotein)
– HDL (High-density lipoprotein)
O colesterol carregado pela LDL é conhecido como “colesterol ruim” pois nesses casos o colesterol é transportado para os tecidos e vasos sanguíneos, levando à formação de placas de gordura nas artérias (aterosclerose), o que aumenta o risco para doenças cardiovasculares. Já o colesterol carregado pelo HDL é chamado de “colesterol bom”, já que ele faz o caminho inverso, ou seja, retira da circulação o excesso de colesterol da corrente sanguínea e o leva para o fígado para ser eliminado.
Além do colesterol bom e ruim temos ainda os triglicerídeos (TG) que constituem uma das formas de armazenamento de energia mais importantes no nosso organismo, depositado nos tecidos adiposo e muscular, mas se em excesso também pode ser prejudicial para a saúde.
3. QUAIS OS RISCOS DO EXCESSO DE COLESTEROL?
Quando o colesterol ruim (LDL) está em excesso, ele se deposita nas paredes das artérias determinando o que chamamos de aterosclerose. A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica que pode ser piorada ou provocada por diversos fatores, como o colesterol elevado, diabetes, hipertensão arterial ou tabagismo. Como consequência do acúmulo de gordura dentro dos vasos sanguíneos pode ocorrer o estreitamento ou até obstrução desses vasos levando a complicações graves, como o infarto do miocárdio ou angina, dor ou isquemia dos membros inferiores e acidente vascular cerebral.
4. QUAIS AS CAUSAS DA ELEVAÇÃO DO COLESTEROL?
Existem 3 causas principais para elevação do colesterol, são elas:
- Causas genéticas, onde a mutação de genes modifica a formação, degradação ou transporte do colesterol levando ao seu acúmulo
- Hábitos de vida: pacientes que se alimentam de forma inadequada, ingerem alimentos ricos em gorduras prejudiciais, sedentários, fumantes
- Outras doenças: pacientes podem ter aumento dos níveis de colesterol secundário a outras comorbidades, como hipotireoidismo, diabetes, obesidade e doenças renal
5. QUAIS OS SINTOMAS DO COLESTEROL ELEVADO?
Em geral o colesterol alto não costuma provocar sintomas, sendo uma doença silenciosa até o aparecimento de alguma complicação, como infarto do miocárdio ou derrame cerebral. O colesterol em excesso também pode se depositar no fígado, levando à esteatose hepática.
6. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO AUMENTO DO COLESTEROL?
Uma vez que o aumento do colesterol costuma ser assintomático, o diagnostico deve ser feito através de exames de sangue, com a dosagem do colesterol total (CT), HDL-c e triglicerídeos (TG). Quanto ao LDL, a maioria dos laboratórios calcula seu valor com base nas demais dosagens, sendo assim, seu médico não necessariamente precisa solicitá-lo nos exames de sangue, podendo ele mesmo estimar o valor a partir das demais frações.
Quanto ao preparo para a coleta do exame, não há mais a necessidade de jejum de 12 horas e os laboratórios devem informar em seus laudos os valores de referência para coletas sem jejum e com jejum de 12 horas. A obrigatoriedade do jejum prolongado deverá ser avaliada pelo médico que acompanha o paciente, pois em alguns casos específicos, como na presença de níveis de triglicérides acima de 440 mg/dL fora do estado de jejum, o exame deve ser repetido com o jejum de 12h
7. QUAIS SÃO OS VALORES CONSIDERADOS NORMAIS?
A interpretação clínica dos resultados deverá levar em consideração o motivo da indicação do exame, o estado metabólico do paciente e a estratificação do risco cardíaco. Por exemplo, o valor desejável do LDL-c vai depender do quadro clinico do paciente, sendo que quanto maior for seu risco cardiovascular calculado menores devem ser seus níveis de LDL-c.
8. E COMO REDUZIR OS NÍVEIS DE COLESTEROL?
Para melhorar os níveis de colesterol e mantê-los dentro de uma faixa adequada os hábitos de vida saudáveis são fundamentais! É muito importante manter o peso adequado, não fumar, reduzir consumo de bebidas alcoólicas, reduzir o consumo de açúcares, preferir carboidratos complexos (alimentos integrais) aos simples.
Quanto ao consumo de gorduras, recomenda-se a substituição parcial de ácidos graxos saturados por insaturados (gorduras mono e poli-insaturadas). Apesar de os ácidos graxos saturados apresentarem importantes funções biológicas, seu elevado consumo está associado a comprovados efeitos deletérios, tanto sob o ponto de vista metabólico quanto cardiovascular. Já as gorduras trans devem ser excluídas totalmente da dieta! Na tabela abaixo temos exemplos dos tipos de gorduras contida em alguns alimentos
O consumo de fibras solúveis também ajuda na redução do colesterol. O Psyllium é a fibra solúvel mais estudada na redução do colesterol, mas estudos com farelo de aveia demonstram resultados semelhantes ao Psyllium, com redução de LDL-c e CT, porém sem efeitos significativos sobre o HDL-c e os TG. A ingestão mínima recomendada de fibras por dia é de 25g para fins de proteção para doença cardiovascular
Quanto aos probióticos, até o momento, os estudos mostram ausência de seu efeito ou redução muito modesta das concentrações de LDL-c.
Quando as medidas não farmacológicas não são suficientes para se manter um bom controle do colesterol, o seu médico pode prescrever medicações auxiliares. A decisão para o início da terapia medicamentosa vai depender principalmente do risco cardiovascular do paciente e suas metas de LDL-c bem como do tipo de dislipidemia presente, pois alguns medicamentos agem mais sobre as taxas de colesterol ruim (LDL) enquanto outros tem ação predominantemente nas taxas de triglicerídeos. Quanto às medicações atualmente disponíveis para o tratamento das dislipidemias, isso será assunto para outro post...
É muito importante lembrar que os cuidados com a alimentação e exercício devem ser para sempre, assim como o uso de medicamentos, quando indicados, deverão ser empregados por tempo indeterminado. Os níveis de colesterol elevados podem levar a doenças graves e incapacitantes, sendo assim, mantenha os bons hábitos de vida, faça seus exames e consulte seu médico regularmente e, se estiver usando alguma medicação para baixar o colesterol, nunca suspenda o uso sem conversar com o seu médico!
FONTES:
1. Consenso Brasileiro para a Normatização da Determinação Laboratorial do Perfil Lipídico, elaborado em conjunto pelas Sociedades Brasileiras: Cardiologia/Departamento de Aterosclerose (SBC/DA), Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Análises Clínicas (SBAC), Diabetes (SBD) e Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
2. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose- 2017.
Sociedade Brasileira de Cardiologia • Volume 109, Nº 2, Supl. 1, Agosto 2017
Fernanda M. Fleig
Endocrinologista
CREMERS 33785 / RQE 28970
https://www.facebook.com/fernanda.endocrinologista/
Obrigado por todas essas informações. Através deste post prendi algumas coisas que não sabia e confirmei outras. Estou num estágio de pesquisa pra atualizar nosso site sobre colesterol e encontrei seu blog durante minhas pesquisas. Muito bom o seu trabalho.
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